O presidente da CPI dos Combustíveis, deputado Duarte Júnior (Republicanos), mostrou ontem, 19, total desconhecimento sobre a formação de preços da gasolina nos postos de revenda.
Após depoimento do presidente do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Maranhão (Sindcombustíveis), Leopoldo Santos, o parlamentar correu para as redes sociais para espalhar um banner e um texto no qual acusa 64% dos empresários do setor de aumentar preços sem justificativas.
Segundo ele, esses investigados reajustaram os valores do litro de combustível nas bombas “antes de reajustes pela Petrobras”.
Custa-se crer que esse é um posicionamento do presidente da CPI dos Combustíveis.
Ora, o reajuste (ou diminuição) de preços nas refinarias, determinado pela Petrobras, é apenas um dos componentes do preço na bomba.
No caso do Maranhão, por exemplo, o ICMS corresponde a mais de 30% do preço da gasolina. Há ainda o preço do álcool incluído nesse combustível. Isso sem contar possíveis reajustes nas distribuidoras.
Pela lógica de Duarte, os empresários não deveriam ter promovido o mais recente reajuste de preços nas bombas em São Luís porque a Petrobras não anunciou nenhum reajuste nas refinarias.
Mas o governo Flávio Dino (PCdoB) aumentou o preço-base para cobrança do ICMS.
Se o o parlamentar quer mesmo dar alguma resposta aos cidadãos nessa comissão, Duarte Jr. deveria procurar descobrir quais são os postos – de todo o Maranhão, não apenas de São Luís – que adulteram combustíveis.
Poderia, também, como parlamentar aliado do governador, articular uma redução do ICMS dos combustíveis no estado.
Não tentar vender a ideia de que se o preço da gasolina baixou foi por causa da CPI – e de que alguém está cometendo crime simplesmente porque reajustou o preço do seu produto.
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