Esquecido em um canto da história maranhense desde 2018, quando foi rejeitado por Flávio Dino (PCdoB) em seu projeto de ser senador, o ex-governador José Reinaldo Tavares foi “ressuscitado” em abril, a pedido do vice-governador Carlos Brandão (PSDB), seu eterno chefe de gabinete.
O objetivo era usar o ex-governador para tentar unificar os partidos da base do governo Flávio Dino em torno do nome do próprio Brandão.
Foi um desastre.
Político de uma era em que o autoritarismo dominava o cenário – na base do “eu quero, eu posso, eu mando” – Zé Reinaldo tentou resgatar capítulos já esquecidos da política, ao pregar a imposição pura e simples da candidatura de Brandão; na marra.
O discurso de usar a força do Palácio dos Leões como ameaça aos próprios aliados afastou ainda mais os jovens líderes partidários do projeto de Brandão; e inviabilizou a reunião que Flávio Dino teria com os presidentes de partido no final de maio.
Desde então, o ex-governador parece ter sido aconselhado a calar a boca e readequar seus pensamentos à nova realidade política maranhense.
Mas ele está fora de tempo e de espaço no contexto.
Do alto de seus 82 anos, José Reinaldo é de uma outra época política, em que governadores e prefeitos eram escolhidos em gabinetes e “lideranças” criadas artificialmente eram empurradas ao povo, que se limitava a votar, acossado pela necessidade usada pelo Palácio dos Leões.
Curiosamente, o próprio Zé Reinaldo contribuiu com o fim dessa época, ao patrocinar a ascensão de Flávio Dino; e o primeiro discurso do governador comunista foi a garantia de que “os leões do Palácio nunca mais iriam rugir contra o seu povo”.
Passados 15 anos da chegada de Dino ao poder, Zé Reinaldo parece ter esquecido que os tempos mudaram, tentando fazer o que fazia no trono do palácio junto com seu chefe de gabinete.
A reação das lideranças do grupo – todas jovens, algumas com idade para ser bisnetos de Tavares – levou Dino a já admitir a possibilidade de palanques múltiplos em sua base de apoio.
Amordaçado pela própria verborragia, José Reinaldo deve se limitar agora a traçar estratégias para seu eterno chefe de gabinete.
Com informações do Blog do Marco D'eça
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