A pressão do presidente Jair Bolsonaro para desobrigar o uso de máscaras para quem já foi vacinado ou já se infectou pelo vírus gera uma crise no Ministério da Saúde. O titular da pasta entende que não existem bases científicas que justifiquem a medida e teme um avanço acelerado da COVID-19 no país.
O presidente afirmou que o Ministério da Saúde vai publicar um parecer desobrigando o uso da proteção facial. No entanto, ao comentar o caso, Queiroga afirmou que estão sendo feitos estudos em relação a quem já foi vacinado e não citou quem já se recuperou da doença. Já é conceito na comunidade científica que, mesmo quem já pegou coronavírus, pode se reinfectar.
Um estudo do Centro Brasil-Reino Unido para Descoberta Diagnóstico, Genômica e Epidemiologia de Arbovírus (CADDE) apontou que na segunda onda de COVID-19, cerca de 30% dos casos em Manaus se trataram de reinfecção. Por conta disso, médicos e a comunidade científica reforçam a necessidade da máscara para reduzir a propagação do vírus.
Fontes ligadas ao governo disseram que Queiroga tem reclamado da pressão, e também está incomodado com o fato de ser investigado da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da COVID. Ele teme que qualquer ação que dê força a disseminação da doença sirva para incriminá-lo. Queiroga é totalmente contra desobrigar o uso das máscaras, inclusive passa várias vezes por dia fiscalizando se a equipe do ministério está utilizando.
No Planalto, Bolsonaro também diz para interlocutores estar descontente com os posicionamentos do ministro, e com a resistência em acatar seus pedidos. Não se descarta uma substituição na pasta nas próximas semanas.
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