Quando voltarem ao trabalho parlamentar no início de agosto, após cumprir recesso de duas semanas, os 42 deputados estaduais do Maranhão já atuarão politicamente em ritmo de corrida às urnas. Em grande parte dos seus mandatos mergulhados no isolamento imposto pela pandemia do novo coronavírus, atuais integrantes da Assembleia Legislativa tiveram de redobrar esforços para evitar que o distanciamento social causasse um afastamento político desastroso.
Ao mesmo tempo, sob o comando firme e equilibrado do presidente Othelino Neto (PCdoB), durante um ano e meio o parlamento reuniu-se à distância, por meio de videoconferência – vale lembrar, adotado pioneiramente antes do Congresso Nacional -, o parlamento maranhense não fugiu da responsabilidade e teve participação decisiva no combate à pandemia, validando em votações e apoiando na prática, todas as medidas propostas pelo governador Flávio Dino (PSB). Ou seja, os deputados maranhenses fizeram sua parte, o que os credencia para buscar novo mandato no pleito de 2022.
No que se refere ao potencial eleitoral visando as urnas no ano que vem, a Assembleia Legislativa encontra-se hoje composta, grosso modo, por três grupos, os quais, de acordo com algumas avaliações, se diferenciam pelo que se ouve no meio político sobre o cacife de cada parlamentar e seus partidos, já que não mais existirá coligação partidária em eleição proporcional.
O primeiro grupo reúne 17 deputados, vistos como detentores de cacife eleitoral para renovarem seus mandatos – nesse grupo estaria a deputada Cleide Coutinho, mas ela anunciou aposentadoria.
O segundo grupo, formado por 18 parlamentares, é uma espécie de “centrão”, com todos os integrantes em condições de brigar pela reeleição, sendo que boa parte deles alcançará esse objetivo, ficando parte em suplências importantes. E o terceiro grupo, com seis membros, é formado deputados cujo cacife eleitoral é impreciso, difícil de mensurar, embora se saiba que entre eles há os que podem se reeleger e os que dificilmente se reelegerão.
O primeiro grupo é formado pelos deputados Othelino Neto (PCdoB), Duarte Jr. (PSB), Detinha (PL), (PDT), Andreia Rezende (DEM), Marco Aurélio (PCdoB), Thaíza Hortegal (PP), Daniella Tema (DEM), Edson Araújo (PSB), Glaubert Cutrim (PDT), Mical Damasceno (PTB), Roberto Costa (MDB), Zé Inácio (PT), Rildo Amaral (Solidariedade), Arnaldo Melo (MDB), Yglésio Moises (PDT), Vinícius Louro (PL) e Ana do Gás (PCdoB). O presidente Othelino Neto é um dos líderes desse grupo, mas pode ser alçado para outra esfera, podendo até mesmo disputar o voto majoritário, sem, no entanto, descuidar sua preparação para tentar a reeleição. Na mesma linha, Duarte Jr. pode tentar a reeleição, ou investir num sucessor e se candidatar à Câmara Federal. Os demais deputados desse grupo são bem articulados, têm bases fortes e apoiadores importantes, o que torna quase certo que eles renovem seus mandatos.
Integram o segundo grupo os deputados Wellington do Curso (PSDB), Paulo Neto (DEM), Neto Evangelista (DEM), Wendell Lages (PMN), Hélio Soares (PL), Leonardo Sá (PL), Fábio Macedo (Republicanos), Ciro Neto (PP), Carlinhos Florêncio (PCdoB), César Pires (PSD), Antônio Pereira (DEM), Adriano Sarney (PV), Adelmo Soares (PCdoB), Helena Duailibe (Solidariedade), Pastor Cavalcante (PROS), Rafael Leitoa (PDT), Ricardo Rios (PDT) e Zito Rolim (PDT). Os deputados desse grupo buscam legitimamente a renovação dos seus mandatos. Todos são políticos atuantes no parlamento e alguns detentores de bases fortes, mas também muito divididas, como Wellington do Curso em São Luís, Leonardo Sá em Pinheiro, Ciro Neto em Presidente Dutra, Rafael Leitoa em Timon e Carlinhos Florêncio em Bacabal, para citar alguns exemplos. Todos estão no jogo, podendo surpreender nas urnas, “para mais ou para menos”.
O terceiro grupo reúne deputados cujos potenciais eleitorais são absolutamente imensuráveis: Edivaldo Holanda (PTC), Ariston Ribeiro (Republicanos), Socorro Waquim (MDB), Pará Figueiredo (PSL), Fábio Braga (Solidariedade) e Betel Gomes (PRTB). A deputada Socorro Waquim, por exemplo, tem cacife forte em Timon, o quarto maior eleitorado do Maranhão, mas muito dividido. Já do deputado Pará Figueiredo pouco se sabe a respeito da sua ação política, o que torna frágil qualquer previsão. É o caso também do deputado Fábio Braga, em que pesem a influência e o poder de fogo da família Fecury. Por sua vez, o deputado Edivaldo Holanda terá vida mais fácil se Edivaldo Holanda Jr. vier a ser candidato ao Governo do Estado pelo PSD.
Esse é um rascunho de agora, que poderá sofrer muitas alterações expressivas até às convenções partidárias marcadas para daqui a um ano. Até lá, a Assembleia Legislativa vai continuar trabalhando, os deputados vão percorrer suas bases em busca de apoio, as novas regras eleitorais serão definidas pelo Congresso Nacional, incluindo o voto distrital misto, o chamado “Distritão”, que, se adotado, mudará expressivamente a guerra pelo voto proporcional. Mas se a eleição fosse agora, o cenário seria o acima rascunhado.
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