Quando se tornar governador titular, no início de Abril, com a renúncia do governador Flávio Dino (PSB) para disputar a vaga de senador, Carlos Brandão (PSDB) terá de nomear nada menos que 10 secretários de Estado, o que equivalerá a uma alentada reforma no secretariado. Está prevista a saída de Marcelo Tavares (Casa Civil), Felipe Camarão (Educação), Carlos Lula (Saúde), Márcio Jerry (Cidades), Rubens Jr. (Articulação Política), Simplício Araújo (Indústria e Comércio) Rodrigo Lago (Agricultura Familiar), Cafeteira (Esportes), Clayton Noleto (Infraestrutura) e Márcio Honaiser (Desenvolvimento Social). Todos estão se preparando para enfrentar as urnas, uns em busca da reeleição, outros como estreantes na guerra pelo voto. Esses nomes já acertaram seus destinos com o governador Flávio Dino e a maioria deles já conversou com o vice-governador Carlos Brandão. Dos noves, oito seguirão sem pestanejar a orientação do governador Flávio Dino, enquanto apenas um, Márcio Honaiser, trilhará de olhos fechados o rumo que for traçado pelo senador Weverton Rocha (PDT).
O atual chefe da Casa Civil, Marcelo Tavares (PSB), é deputado estadual e muito ligado ao futuro governador Carlos Brandão. Tem três possibilidades ao seu alcance: a primeira é ser nomeado para o Tribunal de Contas do Estado na vaga do conselheiro Nonato Lago, cuja aposentadoria está próxima; a segunda é tentar a reeleição, e a terceira é permanecer na Casa Civil até o fim do Governo de Carlos Brandão. A opinião quase unânime é a de que ele irá para o TCE. Deputados federais de peso do PCdoB, Márcio Jerry e Rubens Jr. certamente deixarão seus cargos para concorrer à reeleição, com o desafio de manter o partido de pé no Maranhão.
Hoje o integrante mais popular e um dos mais bem avaliados do Governo, Felipe Camarão, que vinha mantendo uma filiação sem futuro no DEM, resistiu o quanto pôde, mas decidiu entrar de cabeça na política dando uma guinada radical, que surpreendeu o meio político: migrou para o PT, pelo qual deve disputar uma cadeira na Câmara Federal. Na mesma linha deve seguir Carlos Lula, outro peso pesado da equipe, respeitado pelo competente desempenho no comando da guerra contra a pandemia. Deve se filiar ao PSB para disputar uma cadeira na Câmara Federal, atendendo a convite do deputado federal Bira do Pindaré (PSB), semanas antes de Flávio Dino ingressar no partido.
Quem deve deixar o Governo em Abril é Simplício Araújo, suplente de deputado federal. Presidente do Solidariedade no Maranhão, ele se lançou pré-candidato ao Governo do Estado, vem mantendo esse projeto, mas nove entre dez observadores preveem que ele serás mesmo é candidato a deputado federal. Já o advogado Rodrigo Lago, que implantou e comandou a Secretaria de Transparência, depois atuou como secretário de Comunicação Social e Articulação Política, vem comandando com bons resultados a Secretaria de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, com boas chances de eleger-se deputado estadual, seguindo a trilha do pai, o ex-deputado Aderson Lago.
Na bolsa de especulações sobre candidaturas aparece com frequência o atual secretário de Infraestrutura, Clayton Noleto, militante do PCdoB. Um dos mais fiéis integrantes do chamado “núcleo de ferro”, Clayton Noleto é apontado como provável candidato a deputado federal. Também o ex-deputado estadual Rogério Cafeteira tem se movimentado para retomar seu lastro eleitoral de olho numa cadeira na Assembleis Legislativa, onde já esteve por dois mandatos. Na mesma linha sairá o deputado estadual licenciado Márcio Honaiser (PDT), que comanda a politicamente rica pasta do Desenvolvimento Social, certamente tentará a reeleição e3 com boas chances de se dar bem.
Ao mesmo tempo em que a saída dos secretários pode ser interpretada como um problema, há quem veja na mudança uma boa oportunidade para que o futuro governador Carlos Brandão nomeia técnicos da sua confiança para comandar pastas de fundamental importância para o Governo.
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