Depois de ocupar uma posição de insignificância por longo sete anos e meio, com a desincompatibilização de Flávio Dino para concorrer ao Senado Federal, em abril de 2022, Carlos Brandão(PSB) deixou a condição de vice e assumiu o Governo do Maranhão. Na época, o comportamento adotado na festa de posse somado as palavras nos primeiros discursos davam entender que estávamos diante de um grande “estadista” que iria entrar para a histórica política do Estado pela forma “republicana” de conduzir a gestão.
Tudo não passou de um ledo engado. De forma célere, logo se percebeu a maneira desastrosa que o recém inquilino do Palácio dos Leões iria conduzir o Estado, colocando a máquina pública a serviço da família, com destaque para os irmãos, sobrinhos e sobrinhas. E o mais engraçado, em um claro ato de prevaricação, tudo com a anuência do Ministério Público Estadual.
O primeiro acinte se deu após a indicação e escolha do sobrinho – o advogado Daniel Itapary Brandão, filho de José Henrique Barbosa Brandão para a vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. O advogado foi citado por Gilbson César Soares Cutrim, matador confesso do empresário João Bosco Sobrinho Pereira Oliveira, como tendo sido a pessoa que no dia do crime, em agosto de 2022, marcou o encontro na praça de alimentação do edifício Tech Office. No local, os envolvidos, incluindo o vereador de São Luís – Beto Castro – iriam discutir o rateio do pagamento feito de quase R$800 mil reais pela Secretaria de Educação.
Logo em seguida, foi a vez da nomeação do outro sobrinho – Carlos Orleans Braide Brandão – primogênito do diretor institucional da Assembleia - Marcus Barbosa Brandão - para a Secretaria de Monitoramento de Ações Governamentais e no Conselho Consultivo do Complexo Portuário e Industrial do Porto do Itaqui. Ultrapassada a fase dos varões, as benesses alcançaram as sobrinhas e os respectivos consortes em pontos estratégicos na estrutura estadual. E não parou por aí. Em uma afronta clara à Moralidade, um dos princípios que norteiam a administração pública, a lista familiar de beneficiados só cresce.
Visto como um irmão e tio bondoso, mas do que marido, Brandão também é considerado um excelente cunhado. Sem que muitos entendam a razão, mas não é segredo nos corredores das sedes dos Poderes Executivo e Legislativo - o “poder de decisão” atribuído a cunhada – Audreia Noleto, casada com Marcus, o que não acontece com a primeira dama – Larissa Brandão. Findada a lista família, o mesmo olhar protecionista alcança alguns aliados e amigos em detrimentos de outros.
Mesmo sendo apoiado em 2022 por grupo políticos rivais dentro de um mesmo município, o que assegurou a reeleição dele ainda no primeiro turno, essa postura de Brandão em beneficiar “a” ou “b” em detrimento de “c” ou “d” vem sendo adotada e muito criticada. Para muitos analistas políticos, o comportamento nada democrático e a memória bastante curta, deverá fazer com que a oligarquia brandonista amargue derrotas indigestas em grandes colégios eleitorais, como Imperatriz, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e outros. Vamos aguardar o veredito que virá das urnas.
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