segunda-feira, 23 de setembro de 2024

PT corre risco de não eleger nenhum prefeito em capitais, analisa cientista político


O PT corre o risco de repetir a pior performance da história do partido em eleições municipais desde a redemocratização, marca de 2020, e novamente não eleger nenhum prefeito nas 26 capitais estaduais do País. Dados da última rodada de pesquisas Quaest mostram que a sigla tem potencial de ir para o segundo turno em quatro capitais — Goiânia, Teresina, Fortaleza e Porto Alegre. Mas as intenções de voto revelam um cenário de derrota em todos esses confrontos diretos

Entre as demais legendas de esquerda que conquistaram sete capitais há quatro anos, PSB, PDT e PSOL, só um candidato tem chance real de vitória: João Campos, no Recife. “Apesar do retorno do presidente Lula ao poder, o antipetismo segue forte e resiliente. O PT continua com dificuldades em avançar sobre o eleitorado que votou em Bolsonaro em 2022″, analisa o cientista político Murilo Medeiros, da Universidade de Brasília,.

O PT teve a sua melhor performance em eleições municipais em 2004, quando venceram em nove capitais: Aracaju, Belo Horizonte, Fortaleza, Macapá, Palmas, Porto Velho, Recife, Rio Branco e Vitória. Desde então, os números foram caindo: seis em 2006; quatro em 2012; uma em 2016 e zero em 2020.

Em Goiânia, a deputada federal Adriana Accorsi perde para Sandro Mabel, do União (50% ante 35%); em Teresina, o deputado estadual Fábio Novo fica atrás de Silvio Mendes (União), no resultado mais parelho (49% ante 44%); em Fortaleza, o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará, Evandro Leitão, ainda está distante de Capitão Wagner, também do União, (49% ante 35%) e em Porto Alegre, Maria do Rosário sofre um revés para o atual prefeito Sebastião Melo, do MDB.

Como mostrou o Estadão, candidatos e dirigentes do PT cobram o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por maior participação em campanhas nas eleições municipais. Desde que a propaganda eleitoral foi liberada, em 16 de agosto, o petista só dedicou um dia a promover aliados presencialmente.

O PSDB É outro tradicional partido que pode acabar ficando sem nenhuma prefeitura em capital. Até o momento Beto Pereira, em Campo Grande, tem a única candidatura competitiva.

A análise do cientista político aponta um cenário favorável para o União Brasil. Hoje, o partido controla apenas Salvador, mas lidera nas pesquisas em Salvador e em outras seis capitais (Porto Velho, Goiânia, Campo Grande, Teresina, Cuiabá e Fortaleza) e tem candidaturas competitivas em Natal, Aracaju e Manaus. (Estadão)

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