quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

O Globo: Brandão, Weverton, Eliziane e Fufuca no páreo pelo Senado

estratégia do governo Lula de buscar composições ao centro e até com a direita para tentar impedir o avanço do bolsonarismo no Senado na eleição de 2026 já acumula obstáculos. Há resistências do PT em diversos estados na abertura de espaços para outras legendas, além de disputas internas entre petistas e na base.

Preocupado com a governabilidade e um eventual crescimento da oposição, Lula determinou que seu partido priorize alianças para o Senado, o que em muitos casos vai significar abrir mão de candidaturas próprias. A questão se torna mais complexa, no entanto, pelas fissuras na própria base.

Ministros como Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos), do Republicanos, e André Fufuca (Esporte), do PP, disputam espaço nos estados — Pernambuco e Maranhão, respectivamente — com siglas do arco de Lula e vão precisar de uma negociação intensa para garantir suas candidaturas ao Senado. Integrantes do PT, como o líder do governo na Câmara, José Guimarães, no Ceará, e o ministro Rui Costa (Casa Civil), na Bahia, também estão cotados, mas já enfrentam concorrência.

— O partido precisa de estratégia. Se o presidente Lula ganhar a eleição e a extrema-direita tiver maioria no Senado, vai ser uma situação extremamente difícil. Tem lugar que não tem nem como cogitar candidaturas do PT. Vamos discutir também a eleição de aliados — avalia o senador Humberto Costa (PT-PE), que comandou Grupo de Trabalho Eleitoral do partido na eleição de 2024 e é cotado para repetir a tarefa daqui a dois anos.

No Maranhão, o grupo que antes era comandado pelo ex-governador e atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino está desagregado. O magistrado brigou com o governador Carlos Brandão (PSB), e o PT também tem se afastado da gestão atual.

Enquanto o vice-governador Felipe Camarão (PT) é apontado como candidato à sucessão do governo estadual, Brandão articula outros nomes. A divisão também impacta as candidaturas ao Senado.

Pelo menos quatro nomes alinhados ao governo federal almejam a vaga. São eles o ministro André Fufuca, o próprio governador Brandão e os senadores Weverton Rocha (PDT) e Eliziane Gama (PSD), que devem buscar a reeleição.

Brandão é visto como nome natural do grupo que comanda o estado como candidato ao Senado, mas a outra vaga na chapa é disputada, principalmente entre Fufuca e Eliziane. Já Weverton, que em 2026 se afastou do grupo do PSB, busca uma reaproximação, mas ainda não há garantia se vai concorrer pela oposição ou pela base estadual.

— Não vejo um caminho bom para o nosso grupo rachado, porque favorece quem está do lado de fora. Mas não tem nada visceral ainda. Defendo que o mesmo grupo de 2022 permaneça unido em 2026 — apontou Fufuca.

Com informações de O Globo

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