Oito deputados do PL contrariaram a posição do partido e votaram a favor da aprovação da medida provisória (MP) da reestruturação ministerial na quarta-feira (31). Pressionado pela ala bolsonarista, o presidente do partido, Valdemar da Costa Neto, afirmou que haverá punições, o que visa evitar dissidências em novas votações que possam favorecer o governo Lula (PT).
Os quatro deputados da bancada do Maranhão (pastor Gil, Junior Lourenço, Josimar Maranhãozinho e Detinha), três dos cinco do Ceará (Matheus Noronha, Yury do Paredão e Júnior Mano) e o deputado João Carlos Bacelar (BA) contrariam a posição do partido e apoiaram a aprovação do projeto. Vinícius Gurgel (AP) se absteve.
No dia da votação, após pressão dos bolsonaristas, Valdemar avisou pelas redes sociais que o partido “fechou questão” contra a MP, aprovada à noite por 337 votos a 125. O fechamento de questão é um mecanismo pelo qual o partido decide sua posição sobre uma matéria importante e pune os parlamentares que contrariarem essa orientação.
Pelas redes sociais, o líder da oposição, deputado Carlos Jordy (PL-RJ), publicou a lista dos deputados do PL que votaram a favor da MP ou se abstiveram. “Conversei com o presidente Valdemar e todos serão punidos”, afirmou. Valdemar disse, por meio de sua assessoria, que está estudando o estatuto do partido para decidir as punições, “mas elas virão”.
Na hora da votação, na quarta-feira, o deputado cabo Gilberto Silva (PL-PB), vice-líder da oposição, reforçou a posição nos microfones. “Lembro que o partido fechou questão: todos têm que votar não”, disse.
Ao Valor nesta quinta-feira, ele afirmou que entende a posição dos deputados do Maranhão, “que sempre votam com o governo Lula”, mas que a direção do partido decidirá as punições. “Claro que a gente respeita cada deputado do PL da forma que chegou. Tem alguns que não foram eleitos com votos do Bolsonaro, como eu fui. Porém, o partido fechou questão. Obviamente todos teriam que seguir a orientação partidária”, destacou.
Com informações do Blog do Gilberto Léda