Relatórios do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) apontam que a ponte Juscelino Kubitscheck de Oliveira, que ligava o Maranhão ao Tocantins e desabou no último domingo (22), já apresentava sérios problemas estruturais. Classificada como “ruim” em relatórios gerenciais de manutenção rodoviária de julho de 2019, a ponte recebeu nota 2 no Índice de Condição de Manutenção, onde 1 representa estado crítico e 5, excelente. As informações foram reveladas pela Folha de São Paulo.
A classificação indicava problemas estruturais que exigiam atenção prioritária, como fissuras, exposição de armaduras e danos em pilares ou sistemas de drenagem. Dados mais recentes, de maio de 2023, confirmam que a ponte estava entre as dez piores das 121 pontes federais do Tocantins.
Vídeos de moradores e políticos nas redes sociais denunciaram as condições precárias da estrutura antes do desabamento. O vereador Elias Cabral Junior (Republicanos), de Aguiarnópolis, gravava um vídeo minutos antes da tragédia, destacando que a ponte, com mais de 60 anos, não suportava mais o fluxo intenso de veículos pesados.
A ponte era um elo estratégico na BR-226, conectando o Maranhão ao Tocantins e servindo como rota da Transamazônica (BR-230). Em resposta ao colapso, o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou a abertura de uma sindicância para investigar as causas e responsabilizações.
Até o momento, o desabamento deixou ao menos um morto e 17 desaparecidos.