Servidores federais são contra nomeação de marido de senadora do Maranhão para presidência de órgão

Servidores públicos do Serviço Geológico do Brasil, empresa pública vinculada ao Ministério de Minas e Energia, enviaram carta do ministro Rui Costa, da Casa Civil, esta semana, solicitando que o presidente Lula rejeite a nomeação do empresário Inácio Cavalcante Melo Neto para presidência do órgão.

Ele é marido da senadora Eliziane Gama (PSD).

Em uma carta, assinada por três entidades representativas dos empregados, Melo, que disputou, sem sucesso, o cargo de deputado estadual ano passado, foi taxado de desclassificado para função.

O documento relaciona processos arquivados ou em trâmite contra o marido da senadora.

As entidades citam processos por crime ambiental, uso de documentos falsos, sonegação de tributos, além de denúncias de agressão à ex-mulher.

Em 2021, Melo chegou a ter a prisão decretada pela Justiça no Maranhão pelo não pagamento de R$ 560 mil de pensão alimentícia do filho do primeiro casamento.

“Outro agravante é a inaptidão técnico-científica confirmada pela falta de formação para o cargo pretendido, sendo formado em administração, além de inexistência de conhecimento prévio ou experiência na área de geociências ou mesmo relacionada ao setor mineral”, acrescenta o documento enviado a Rui Costa.

De acordo com fontes, a nomeação de Melo Neto já está em fase final para receber a chancela da Casa Civil.

Questionada sobre a insatisfação dos servidores, a senadora Eliziane Gama se manifestou por meio de nota: ““Entendemos que as indicações políticas fazem parte do sistema de nomeação para ocupação de função pública. Inácio Melo possui experiência pública e privada, portanto, tem capacitação adequada para cumprir com a agenda deste governo, se eventualmente for convidado”.

Ministro de Lula já defende reeleição do petista

Uma das promessas do então candidato a Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi que não disputaria a reeleição para o cargo, caso fosse eleito.

No entanto, logo no segundo dia do Governo Lula, um dos seus principais aliados, o ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), já mudou o discurso e destacou que o assunto da não reeleição de Lula não está sacramentado.

Ao ser perguntado sobre o assunto, durante entrevista ao programa Roda Viva, na noite da segunda-feira (02), Rui Costa afirmou que o assunto não está consumado.

“Vocês estão partindo de um fato consumado de que o Lula não irá disputar a eleição (…). Eu não parto desse fato consumado”, ressaltou.

Rui Costa disse que é perfeitamente possível que Lula dispute a reeleição, principalmente se fizer um bom governo.

“Lula falou de coração considerando a sua trajetória e a volta dele pra consolidar a democracia. Mas, se tudo der certo, faremos um governo exitoso. E se Lula continuar com energia e o tesão de 20 anos, quem sabe ele faça um novo mandato”, especulou.

A declaração de Rui Costa pode jogar um “balde de água fria” em alguns pretendentes dentro do espectro da esquerda de substituir Lula nas próximas eleições, entre eles os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública), bem como o vice-presidente da República Geraldo Alckmin.

Só que Lula pode esbarrar na questão da idade, uma vez que na próxima eleição terá 81 anos.

Vale lembrar que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quando disputou a eleição para Presidência da República e venceu, também havia prometido que não disputaria a reeleição, mas depois mudou de ideia.