O posto de “último Sarney com mandato” terá uma importante substituição a partir de 1º de fevereiro.
Sai o pífio e desarticulado deputado estadual, Adriano Sarney (PV), que dará o lugar a tia e deputada federal eleita, Roseana Sarney (MDB).
Adriano que era considerado uma grande promessa do clã Sarney na política maranhense, demostrou falta de habilidade política, ao criar uma imagem de político intransigente, turrão e sem visão de grupo, adotando uma política individualista apenas para atender seus interesses político-pessoais, atitudes corroborada por muitos dos seus colegas de parlamento e por alguns auxiliares do atual governo.
Prova disso, foi o desastroso ensaio em querer ser candidato a prefeito de São Luís em 2020, pelo Partido Verde, na época não obteve o apoio da própria família, a sua tia Roseana declarou apoiou e levou o MDB para o então candidato a prefeito Neto Evangelista. Adriano foi obrigado a renunciar e ficou escondido para não declarar quem seria o seu candidato.
Nas eleições de 2022, ficou "sem referência" ao não ter a sua tia como candidata ao Palácio dos Leões e resolveu declarar um apoio constrangido ao governador Carlos Brandão, mas não teve coragem de pedir votos para Flávio Dino para o Senado, e ainda criou grandes embaraços na Federação PT, PV e PCdoB na indicação dos suplentes do socialista, gerando um imenso descontentamento ao então todo-poderoso, deputado Othelino Neto (PCdoB) que tinha a sua esposa, Ana Paula Lobato, indicada para o posto.
Diante disso, com um mandato pífio, pela sua arrogância e por não dar atenção as suas lideranças, perdeu importantes bases políticas e por isso passou longe de se reeleger, obtendo apenas 22.491 votos, não foi o mais votado sequer de seu partido – Wendell Lages (PV), que também ficou de fora, obteve mais votos que o neto de Sarney, com 23.183 votos.
Roseana também não foi nenhum fenômeno eleitoral. Passou longe dos 300 mil votos que alguns apoiadores mais empolgados tinham como expectativa.
Com 97.008 votos, foi a única emedebista qualificada a ocupar assento na Câmara dos Deputados. Hildo Rocha (MDB), que buscava a reeleição, ficou na cola (96.281 votos), mas, por conta da votação insuficiente da nominata da legenda, teve de se contentar com a suplência, e devido a forte influência do ex-presidente José Sarney foi nomeado secretário executivo do Ministério das Cidades, comandado pelo senador eleito das Alagoas, Renan Filho (MDB).
Os papéis se invertem dentro do clã que oligarquizou a política maranhense e foi uma das principais famílias de políticos do país.
Adriano é citado pela mídia para assumir a Secretaria de Meio Ambiente, SEMA, mas segundo fontes palacianas, Brandão quer distância do quase ex-deputado, embora o patriarca José Sarney, aposentado, mantenha influência na vida pública do país.
A verdade é que o império esfacelou-se. Na face da ex-governadora e ex-senadora, há um fio de esperança numa reconstrução que parece incerta e diante da falta de nomes de maior expressão no Maranhão, a família Sarney foi coadjuvante nas últimas eleições e tende a ser novamente nas próximas.
Enquanto isso, no seio familiar, a mudança já está sendo preparada. Uma parte para Brasília, enquanto o outro retorna para casa e para curtir o seu ostracismo político.