domingo, 23 de maio de 2021

Bolsonaro recebe alertas de nova onda da pandemia


O governo federal vem recebendo alertas sobre a chegada de uma nova onda da pandemia de Covid-19 de secretários de estados e municípios.

Segundo gestores do SUS (Sistema Único de Saúde) que participam das discussões, o ministro Marcelo Queiroga (Saúde) afirma ter preocupação sobre o cenário da crise sanitária, mas publicamente minimiza o risco de alta no curto prazo.

Em documentos internos, a Saúde reconhece que é incerta a evolução da doença.

"Não estamos vislumbrando isso nesse momento. A maneira adequada de se evitar terceira onda é avançar na campanha de vacinação", disse o ministro nesta sexta-feira (21).

Ele afirmou que alguns estados e municípios já notaram "pressão sobre o sistema de saúde". "Isso se reflete pela abertura que foi concedida nesses estados."

Presidente do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e secretário no Maranhão, Carlos Lula afirma que alertou Queiroga, nesta semana, sobre possível alta da doença.

Para Lula, o recrudescimento da pandemia pode ser superior aos anteriores. "A gente já parte de um patamar muito alto", disse o secretário.

Segundo ele, o SUS não tem estoque suficiente de insumos essenciais, como kits de intubação, e está perto do limite da expansão de leitos.


NÚMEROS

Nesta sexta, o Brasil registrou 2.136 mortes pela doença e 77.598 novos casos, totalizando 446.527 óbitos e 15.976.156 pessoas infectadas durante a crise sanitária.

A média móvel de mortes ficou em 1.963 óbitos por dia nesta sexta, abaixo de 2.000 pelo 11º dia consecutivo. Há 120 dias a média está acima de mil óbitos diários.

A área técnica da pasta afirmou ao Ministério da Economia, no dia 13 de maio, que o "cenário da pandemia no Brasil é caracterizado pelo recrudescimento da doença", ao defender que fossem mantidas as reduções de custos para importação de insumos e medicamentos para evitar desabastecimento.



CRISE

Em abril, a Saúde disse à equipe do ministro Paulo Guedes (Economia) que a crise era grave e havia incertezas sobre a demanda futura por leitos e medicamentos.

O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), esteve com Queiroga, no fim de abril, para tratar de uma possível nova onda no estado, tido como bússola da evolução da doença no resto do país.

No dia seguinte, porém, ambos acompanharam o presidente Jair Bolsonaro em aglomeração em Manaus.

Em depoimento à CPI da Covid, em 6 de maio, Queiroga disse que o exemplo do Amazonas deve servir de alerta para evitar uma nova onda, "que pode ser muito perigosa para a nossa população".

"Além de mostrar preocupação, é preciso tentar demonstrar proatividade para comprar mais vacinas. Solucionar a falta de kit intubação e evitar terceira onda no país", disse Lula sobre a postura do ministério.

Para ele, a pasta perdeu o foco e está com as atenções voltadas à CPI. Gestores do SUS temem, além da falta de insumos, que a rede de atendimento pública não dê conta da nova alta da pandemia.

Para o presidente do Conass, é pequena a margem para ampliar o número de leitos e já faltam profissionais de saúde disponíveis para o trabalho.

A Folha apurou que municípios seguem pedindo ao ministério o envio de medicamentos, como do kit intubação, apesar de compras recentes do governo federal.

Em nota, a Saúde disse que se prepara para eventual nova onda. "A pasta atua em uma forte campanha de imunização e faz o acompanhamento de consumo e estoque de insumos utilizados no enfrentamento à pandemia", disse o ministério.



POSTURA DE BOLSONARO

Os alertas sobre nova onda da doença não alteraram a postura de Bolsonaro, que tem promovido aglomerações. "Tem alguns idiotas que até hoje ficam em casa", disse o presidente a apoiadores no dia 17 de maio.

Nesta sexta, o presidente voltou a se aglomerar com apoiadores durante entrega de títulos de propriedade no interior do Maranhão.



BOLETIM

Edição desta sexta do Boletim InfoGripe da Fiocruz afirmou que 17 das 27 unidades da Federação apresentam tendência de crescimento da crise sanitária no longo ou curto prazo.

"Do ponto de vista epidemiológico, flexibilização das medidas de distanciamento social facilitam a disseminação de vírus respiratórios e, portanto, podem levar a uma retomada do crescimento no número de novos casos", afirmou o boletim.

O nível de isolamento da população no país é o mais baixo desde o começo da pandemia, mostrou pesquisa Datafolha divulgada no dia 17.

O governo federal já havia minimizado o risco de recrudescimento da doença no fim do ano passado.


Especialistas apontavam que celebrações de Natal e Ano-Novo teriam impacto na curva da pandemia, mas Bolsonaro e seus aliados manifestaram surpresa com a explosão de casos semanas mais tarde, e atribuíram a piora às variações do vírus.



O MEDO

Segundo gestores do SUS, técnicos do ministério temem avanço da doença e avaliam abrir novas compras de respiradores, medicamentos de UTI e outros produtos.

Além disso, há preocupação sobre a falta de insumos como seringas para as campanhas de imunização contra a Covid-19 e gripe.


Para Lula, a maior dúvida é quando a nova onda virá. Segundo ele, algumas regiões já sentem o recrudescimento da doença e pede maior discussão sobre o financiamento de leitos de UTI.

Uma das promessas do governo federal de nova arma contra a pandemia é a recém-lançada política de testagem com o uso do exame de antígeno, um modelo que entrega resultado em poucos minutos.

Queiroga promete testar mais de 25 milhões por mês, mas a Saúde só garantiu 3 milhões desses exames. A pasta irá atrás, no curto prazo, de outros 14 milhões, que não têm data para serem distribuídos.

Segundo técnicos da Saúde, o ministério tem limitações orçamentárias para enfrentar a pandemia. A equipe de Queiroga precisa pedir recursos adicionais à Economia a cada nova grande iniciativa, compra de vacinas, custeio de leitos ou medicamentos de UTI.

Em abril, a Saúde pediu mais verba para formar um estoque de medicamentos usados na intubação de pacientes para 180 dias, mas a Economia questionou se a pandemia não iria arrefecer e entregou metade do valor.

A promessa da equipe econômica é liberar de forma célere os novos pedidos da Saúde, mas gestores do SUS apontam que o repasse a conta-gotas dificulta um planejamento mais duradouro.

Em resposta oficial, a Saúde disse em abril que conseguiu recursos para o "pior cenário" da pandemia nos três meses seguintes.

sábado, 22 de maio de 2021

Flávio Dino e ministro da Saúde batem boca no Twitter


O governador do Maranhão, Flávio Dino, usou sua conta no Twitter para reclamar de sua ausência em uma reunião envolvendo os secretários municipais da Saúde de São Paulo, Rio de Janeiro e o prefeito de Guarulhos para conter a possível entrada da cepa indiana nesses estados. De pronto, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, rebateu a postagem.

O ministro Marcelo Queiroga utilizou o Twitter para afirmar: “Ao contrário do que afirma, conversei com o secretário Carlos Lula, por telefone, e o convidei para a coletiva. No entanto, ele informou que o senhor não autorizou a participação dele. Este deve ser um momento de união. Nosso único inimigo é o vírus!”

Ministério da Saúde vai enviar testes rápidos ao MA para conter cepa indiana


O Ministério da Saúde anunciou hoje o envio de 600 mil testes rápidos ao Maranhão para tentar conter a transmissão da cepa indiana do coronavírus em aeroportos e fronteiras do estado. Os passageiros que tiverem resultado positivo no teste deverão ser isolados por dez dias e passarão por pesquisa genômica para identificar qual a variante do vírus.

"A prioridade agora é o Maranhão, por motivos obvios. queremos impedir que haja eventual propagacao que ainda nao esta comprovada, uma transmissao comunitaria O governo federal também vai colocar em prática uma "busca ativa" em locais como rodoviárias e outras vias de acesso. O plano foi proposto hoje ao ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, pelo secretário municipal de saúde de São Paulo, Edson Aparecido.

Ele propôs fazer o controle sanitário nas estradas federais em parceria com a PRF (Polícia Rodoviária Federal). Os 600 mil testes sairão amanhã ao meio-dia do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. Além disso, o ministério prevê que 2,4 milhões de testes serão distribuídos preferencialmente nas regiões de fronteira com Argentina, Paraguai e aeroportos com trânsito de passageiros internacionais num primeiro momento.


Saída da secretária 

Luana Araújo O ministro da Saúde também falou sobre a saída da médica infectologista Luana Araújo do cargo de secretária extraordinária de enfrentamento à covid-19. Ele afirmou: "A doutora Luana Araújo é uma pessoa muito qualificada, tem um currículo excelente. Nós havíamos convidado ela para o cargo como você falou, não houve sua nomeação, e procuramos pessoa com perfil semelhante ao da doutora Luana para que ocupe essa posição. Desejamos que a doutora Luana continue seguindo sua carreira de sucesso e temos certeza que fará isso". 

Segundo informações da revista Veja, Luana não aceitou condições estabelecidas pelo Palácio do Planalto em relação ao combate à pandemia. Por esse motivo, teria pedido demissão ao ministro Marcelo Queiroga. O ministério não confirmou se a médica solicitou ou não a sua saída.

Em entrevista a CNN, Dino faz esclarecimentos sobre a cepa indiana


O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), disse em entrevista à CNN neste sábado (22) que não há indicativo de transmissão local da chamada cepa originária da Índia e detalhou as ações do estado para impedir que a variante do coronavírus se espalhe.

Um navio vindo da Malásia foi proibido de atracar na costa do estado após a identificação dessa cepa em seis tripulantes. Um deles, indiano, foi transferido para um hospital na capital São Luís.

“Nós adotamos as providências que nos cabiam no que se refere ao controle sanitário no hospital, ou seja, a testagem e todas as recomendações para toda a equipe que teve contato com o paciente internado. Notificamos a empresa armadora do navio e a Vale, proprietária do porto, para que não haja a atracação do navio até que haja a liberação sanitária”, disse.

“Temos, sim, uma situação desafiadora, mas não temos qualquer sinal de que, além do paciente indiano, venhamos a ter outra pessoa com a chamada cepa indiana”, declarou o governador.

Dino informou que o paciente está em um grande hospital privado da capital e que todas as pessoas que foram até a embarcação para fazer o atendimento foram testadas e estão em quarentena. “Vamos fazer a análise genômica, se houver algum positivo, para identificar se seria ou não a cepa indiana”, disse.

“Temos uma situação intermediária. Nem é algo desejável, é um risco que faz com que tenhamos inclusive rigor nas medidas preventivas, mas por outro lado, não temos indicativo de que isso esteja circulando no território do nosso estado”.

Ele disse, porém, que a chegada dessa mutação é “questão de tempo”. “O Brasil é muito grande e não tem controle sanitário em aeroportos e portos. Por isso, acredito que, lamentavelmente, é questão de tempo para que a chamada cepa indiana também esteja circulando no Brasil”, falou.

Para o governador, é imprescindível que a Anvisa, responsável pelo estabelecimento de barreiras sanitárias em portos e aeroportos, tome essa medida rapidamente. “Não há dúvida de que uma medida rigorosamente imprescindível e urgente são as barreiras em aeroportos e portos por parte da Anvisa”, falou. “Todos os estados estão prontos a colaborar se houver a autorização. No Maranhão, não precisa nem a Anvisa fazer, só autorizar que nós fazemos, porque consideramos altamente necessário”. CNN

Confira! Pessoas com 59 anos começarão a ser vacinadas


A Prefeitura de São Luís vai atender a reivindicação que muitos ludovicenses têm feito, a imunização das pessoas por idade, independente de categoria, da mesma maneira como ocorreu na vacinação dos idosos.

Depois de ter liberado o cadastramento de pessoas entre 55 e 59 anos, na semana passada, o prefeito Eduardo Braide anunciou no início da tarde deste sábado (22) que a partir deste domingo (23), pessoas com 59 anos já podem começar a se vacinar.

“Atenção, pessoal! Novidade na vacinação contra a Covid: vamos começar a vacinar descendo por idade. Quem tem 59 anos, já vai se vacinar a partir de amanhã”, afirmou.

Portanto, as pessoas com 59 anos começam a ser vacinadas no Centro Municipal de Vacinação no SEBRAE e no Centro de Convenções da UFMA, das 8h às 17h, mas os ludovicenses precisam estar cadastrados.

Confira nas redes sociais da Prefeitura de São Luís detalhamento do público alvo deste primeiro dia, mas a tendência é que os nascidos de janeiro a março vacinem pela manhã, enquanto que na parte da tarde devem se vacinar os nascidos de abril a junho. Os demais serão vacinados na segunda-feira (24).


Governo de São Paulo quer exame aos maranhenses que desembarcarem nos terminais


O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, propôs em reunião virtual realizada neste sábado (22) com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que barreiras sanitárias sejam feitas em aeroportos, rodoviárias e rodovias para tentar conter a disseminação da variante indiana do coronavírus.

Entre as medidas propostas estão a exigência de teste negativo para Covid do tipo RT-PCR para passageiros que cheguem a São Paulo vindos de voos do Maranhão ou da Argentina,nos aeroportos de Congonhas e Campo de Marte, na capital paulista, e Cumbica, em Guarulhos.

Na quinta-feira (20), o estado do Maranhão confirmou o registro dos primeiros casos no Brasil da variante indiana, chamada de B.1.617. Eles foram confirmados em tripulantes que estavam em um navio vindo da África do Sul. Antes do Brasil, o único país na América Latina que havia confirmado a presença da variante havia sido a Argentina.

Também foi sugerida a busca por pacientes sintomáticos em rodoviárias, que serão encaminhados para unidades de saúde próximas para a realização de teste RT-PCR. Caso o teste seja positivo, a pessoa deverá ser isolada e monitorada por dez dias.

Piora quadro de saúde de paciente internado com cepa indiana


O paciente infectado pela variante indiana do coronavírus, chamada de B.1.617, e internado na UTI de um hospital privado de São Luís apresentou piora no quadro de saúde, segundo o boletim médico mais recente, divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde nesta sexta-feira (21). Não foram informados detalhes sobre o quadro.

O indiano de 54 anos, cujo nome não foi informado, foi retirado do navio MV Shandong da Zhi, que chegou ao litoral do Maranhão vindo da Malásia e segue em alto mar, sem autorização para atracar.

Do total de 24 tripulantes, 15 testaram positivo para o coronavírus, sendo que ao menos seis foram confirmados com a cepa indiana. Todos estão sendo acompanhados a distância pelas autoridades sanitárias.